Há anos eu cultivo uma enorme admiração por fotografias de water drops - também chamadas de splashes ou liquid sculptures. É um tipo de fotografia que atrai não apenas pelo resultado visual, mas também pelo desafio técnico exigido para se conseguir as melhores fotos. Neste artigo tentarei mostrar os princípios básicos desse tipo de fotografia, mas servirá também de base para um ‘diário’ das minhas próprias aventuras com water drops em postagens futuras.
Markus Reugels
Abaixo estão alguns exemplos do fotógrafo alemão Markus Reugels, que na minha opinião é um dos melhores fotógrafos na arte de fazer fotos de water drops. Clique nas imagens para vê-las em tamanho maior e aproveite para dar uma olhada na galeria do cara, vale a pena !
Fascinante! As formas e cores se combinam para criar esculturas líquidas magníficas. E embora sejam ‘meros registros’, que capturam o momento exato em que uma ou mais gotas se encontram, o processo geralmente exige bastante planejamento, mas principalmente criatividade. E dependendo do resultado que se busca, também demanda equipamentos eletrônicos para controlar o gotejamento e o disparo com maior precisão.
Minhas primeiras experiências
Há pouco mais de 3 anos eu tentei fazer meus primeiros water drops. Na época, eu ainda não havia descoberto o uso de válvulas e sensores (ver no próximo artigo) para esse tipo de fotografia, então utilizei o conjunto de equipamentos fotográficos que dispunha: uma DSLR Canon 400D, junto com uma objetiva macro e apenas um flash. Daí era improvisar com o resto e tentar criar algumas fotos. A idéia era bem simples: armar uma estrutura com um recipiente para fazer pingar as gotas de água no topo da estrutura, um outro recipiente embaixo com água para coletar as gotas e criar as colisões, e também papéis coloridos para rebater o flash, criando assim cores diferentes na composição. A foto abaixo mostra o cenário que eu utilizei na época:
- Lente Sigma 150mm f/2.8 macro
- Canon 400D
- Flash Canon 430EX
- Prato de vaso de planta
- Copo plástico com um furo embaixo
- Sacola plástica para rebater o flash
- Um grampo dos trilhos de Hot Wheels dos meus filhos, para fixar o flash na mesa
Eu reconheço, não é a coisa mais linda ou organizada do mundo. Mas convenhamos, o improviso é uma arte por si só :smiley: Dentre as muitas dezenas de tentativas, consegui capturar algumas fotos razoáveis:
Nada mal para uma primeira tentativa. Todas as fotos foram feitas com o mesmo conjunto, variando-se apenas as sacolas e cartolinas colocadas ao fundo para rebater o flash, criando assim diferentes cores na água.
Lição número 1: é possível, sim, fazer boas fotos usando de improviso e sem usar equipamentos complicados. Basta usar a imaginação e persistir um pouco.
Mas o meu maior desafio foi conseguir obter boas fotos de maneira consistente. O processo se resumia a ficar observando as gotas caindo e acionar o botão disparador da câmera no momento exato em que a gota de água colidia com o prato de água logo abaixo, e tudo isso tinha que ser feito no ‘olhômetro’, tentando praticamente advinhar o momento certo do disparo. Foi então que eu comecei a pesquisar mais e percebi que precisaria de equipamentos adicionais para obter fotos com mais controle e precisão. Tentarei explicar o que descobri num próximo artigo.